Em tempo de reclusão, menor exposição solar e - admita lá - menos exercício físico, a alimentação merece um cuidado especial. Mas a verdade é que, em tempo de pandemia, não são necessárias horas e horas passadas na cozinha para que possa apostar nas refeições certas. Sem descurar o sabor.
A maior parte das conservas de pescado à venda em Portugal apresenta valores de sal sem excessos
Mais do que nunca, o nosso organismo precisa de proteínas, minerais e vitaminas (como a vitamina D) que estão presentes, por exemplo, nos enlatados. Por isso, programe bem as idas ao supermercado, fazendo-as de forma espaçada no tempo, e aproveite para tirar partido das conservas que tem em casa. São alimentos seguros, de grande durabilidade e valor nutricional.
Falamos nas conservas de pescado (atum, cavala e sardinha) e nas leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilhas, ervilhas), que podem resultar em belas combinações para os pratos do dia a dia.
Caldeirada de cavala em tomate, brigadeiros de sardinha e broa, chapata de sardinha, pesto e manjericão, tarte de petinga e migas de frango e feijão são algumas das sugestões apresentadas num manual sobre alimentação saudável em tempo de isolamento elaborado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) em colaboração com o Chef Fábio Bernardino.
Enlatados: bons ou maus "da fita"?
Apesar das dúvidas que subsistem quanto ao valor nutricional dos enlatados, a DGS realça que "a maior parte das conservas de pescado à venda em Portugal apresenta valores de sal sem excessos, proteína de grande qualidade e, em muitos casos, gordura de grande valor nutricional".
O atum, a cavala e a sardinha (muito ricos, tal como a carne e os ovos, em proteínas, vitaminas e minerais) são, por isso, alimentos indicados tanto "para o público mais jovem, geralmente pouco motivado para o consumo de pescado", como para a população idosa, "onde a proteína é essencial para a manutenção da qualidade muscular".
Leguminosas como o feijão, grão, ervilhas, lentilhas também devem estar presentes nas refeições diárias por serem uma boa fonte de proteína, fibra e hidratos de carbono de absorção lenta, "importantes para o controlo do apetite".
O que ter em conta na hora da escolha?
Há regras que, embora básicas, podem passar despercebidas no momento de percorrer os corredores do supermercado. Nunca se esqueça de verificar o prazo de validade das conservas. Se as latas estiverem opadas, amolgadas ou oxidadas, não as utilize.
As conservas de pescado em água têm menos calorias. "No entanto, do ponto de vista do equilíbrio nutricional das refeições, as conservas escorridas, utilizando preferencialmente azeite, são também uma boa opção".
As leguminosas em conserva, por sua vez, devem ser "bem escorridas e passadas por água corrente de forma a retirar o excesso de sal". Depois de abertas, caso não utilize de imediato, transfira o conteúdo para um recipiente de vidro ou outro material e conserve no frigorífico por um período máximo de 3 dias.B
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